Ao longo dos anos, muitas mulheres se destacaram na história, realizando grandes feitos e conquistas também no automobilismo.
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, reunimos cinco mulheres que deixaram sua marca como pioneiras no universo das quatro rodas, deixando contribuições significativas para o esporte e desenvolvimento dos carros que conhecemos atualmente. Confira:
Bertha Benz e a primeira viagem de carro da história
Bertha Benz foi uma das primeiras mulheres a criar um legado marcante na história da mecânica. Ela nasceu em 1849, em Pforzheim, Alemanha, e desde pequena mostrou seu grande interesse no assunto.
Em 1869, conheceu o engenheiro Carl Benz e os dois se casaram em 1872. Juntos trabalharam no desenvolvimento da primeira máquina a vapor que funcionava com motor a combustão interna e o seu dote foi utilizado pelo marido para a criação da Benz & Cie.
No ano de 1886, Carl apresentou ao mundo o automóvel Patent-Motorwagen. O Modelo I foi a patente original do carro motorizado e também o primeiro automóvel do mundo. Com o modelo criado, no dia 5 de agosto de 1888, aos 39 anos, utilizando um dos protótipos de três rodas de seu marido, Bertha dirigiu de Mannheim até Pforzheim.
Percorrendo um trecho de 106 quilômetros, esta foi considerada a primeira viagem particular com um automóvel, que incluiu problemas como falta de combustível, válvulas entupidas e outras falhas, todas solucionadas por Bertha durante o percurso.
Esta foi uma grande conquista na história da mecânica, e Bertha Benz tornou-se um ícone da mecânica moderna, já que a viagem foi essencial para o desenvolvimento técnico do automóvel, que muitos anos depois passou a ser aceito pelo público como uma inovação relevante e apesar das dificuldades enfrentadas, se tornou um dos avanços culturais mais importantes da nova era, com a contribuição de Bertha no seu desenvolvimento.
Denise McCluggage, a mulher que inventou o jornalismo esportivo participativo
Desde seu primeiro emprego, Denise demonstrava sua paixão pelos esportes radicais, se tornando repórter deste tipo de cobertura no San Francisco Chronicle. Além de acompanhar corridas de automóveis, esqui e paraquedismo, ela saltava de paraquedas, esquiava em montanhas difíceis e tornou-se campeã de esgrima.
Com o aumento do número de corridas de estrada amadoras, Denise convenceu seus editores de que poderia cobrir melhor as corridas como participante, desta forma, ela inventou a nova categoria de jornalismo esportivo participativo.
Em meados de 1950, McCluggage se mudou para o Leste, trabalhando no New York Herald Tribune, quando começou a competir como piloto profissional e ainda no mesmo ano, ajudou a fundar e editar a Competition Press, primeiro semanário de automobilismo da América, hoje publicado como Autoweek.
Dentre suas diversas premiações estão o quinto lugar no GP dos Estados Unidos em Watkins Glen de 1960, a vitória na classe GT nas 12 Horas de Sebring em 1961, além da vitória no Rali de Monte Carlo de 1964.
Para completar sua trajetória, em 2001 ela se tornou a primeira mulher jornalista a entrar para o Automotive Hall of Fame, mesmo ano em que entrou para o Motorsports Hall of Fame. Foi assim que Denise abriu as portas do jornalismo e do esporte, provando a coragem e potencial femininos em meio à adrenalina de grandes competições.
Florence Lawrence, da seta à luz de freio
Nascida no Canadá em 1886, Florence Lawrence era uma famosa atriz de filmes mudos e se tornou uma das primeiras mulheres a ter seu próprio carro. Apaixonada pelos automóveis, ela percebeu enquanto utilizava seu carro que faltava algo para sinalizar a direção para qual estava indo e evitar acidentes.
Foi com esta ideia em mente, que ela desenvolveu um mecanismo que quando acionado levantava ou baixava uma sinalização no capo do carro, para indicar aos outros motoristas em que direção iria fazer uma curva. Este dispositivo foi o precursor da famosa seta, fundamental mesmo nos carros mais evoluídos da atualidade.
Mas esta não foi sua única contribuição, já que ela também criou um mecanismo na traseira do carro para sinalizar quando ele iria frear. Neste mecanismo, uma placa de pare era impulsionada para cima todas as vezes em que o freio era acionado, resultando em um precursor da clássica luz de freio.
Apesar de não ter obtido qualquer lucro ou crédito por suas criações que mais tarde foram patenteadas por grandes magnatas, a contribuição de Florence para uma maior segurança no trânsito continua evitando milhares de acidentes todos os anos.
Shirley Muldowney, a primeira-dama das corridas de arrancada
Conhecida profissionalmente como Cha Cha ou Primeira-Dama das Drag Racing, Shirley Muldowney, nascida em 1940, começou a correr nas ruas ainda na década de 1950 em Schenectady, Nova York, com apenas 10 anos de idade, a bordo de um Hot Rod.
Em 1958 a garota fascinada pelo automobilismo fez sua estreia na pista de corrida do Fonda Speedway, sendo a primeira mulher a receber uma licença da National Hot Rod Association (NHRA) para dirigir um dragster Top Fuel em 1965 e sua primeira grande vitória foi no International Hot Rod Association (IHRA) Southern Nationals, em 1971.
Shirley foi a primeira mulher a subir para a Top Fuel, obtendo sua licença em 1973, desta forma, ela dominou o Top Fuel em Columbus, Ohio, em 1976, quebrando seu próprio recorde de velocidade máxima e vencendo a classe.
Mas este era apenas o começo de sua trajetória, já na sequência, ela venceu os campeonatos NHRA Top Fuel em 1977, 1980 e 1982, tornando-se a primeira pessoa a ganhar dois e três títulos Top Fuel. Ao todo foram 18 eventos nacionais da NHRA vencidos, deixando um legado invejável e capaz de provar a capacidade das mulheres também nas corridas de arrancada.
Danica Patrick, primeira mulher a vencer no IndyCar Series
Nascida em Illinois, Danica não está mais presente nas competições, mas já deixou um grande legado. Segunda mulher a conquistar uma pole position na NASCAR em 2005, ela foi indicada a estreante do ano nas 500 Milhas de Indianápolis e na temporada da IndyCar Series.
No ano seguinte, se tornou a primeira mulher a subir ao pódio nas 500 Milhas de Indianápolis ao completar a corrida em terceiro lugar. A partir de 2010, ela passou a disputar paralelamente a NASCAR Nationwide Series, pela equipe JR Motorsports, mas foi na temporada seguinte que obteve o melhor resultado de uma mulher na categoria, terminando em quarto lugar a corrida disputada em Las Vegas.
Já em 2012, ela passou a pilotar na Stewart-Haas Racing pela NASCAR Nationwide Series, terminando a temporada na décima segunda colocação. 2013 foi ano em que disputou sua primeira temporada completa pela categoria principal, se tornando também a primeira mulher a fazer a pole, desta vez, nas 500 Milhas de Daytona.
Em 2008 Danica encerrou sua carreira dentro das pistas, com a certeza de ter aberto as portas do automobilismo se tornando inspiração para a entrada de outras mulheres.
Estas foram apenas algumas das grandes mulheres que construíram seu legado provando ter muita força e dedicação, capazes de revolucionar não apenas suas próprias vidas como também a história. A Bahrein Motors felicita e homenageia todas as mulheres neste dia especial.
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